Revista da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo

Online first

Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo - Online first: 2023-04-29
Original article

GESTATIONAL DIABETES TREATMENT AND ITS IMPACT ON PREGNANCY AND NEONATAL COMPLICATIONS

Juliana Chen-Xu, Ângela Coelho

Abstract

Introduction: This study aims to evaluate the impact of GD therapy on the occurrence of Caesarean sections and obstetric and neonatal complications. Methods: This is a cohort study enrolling pregnant women with GD followed-up in various Portuguese hospitals and maternities, diagnosed between 2014-2018. Our sample: 15089 pregnant women, divided into groups, based on the therapy used to treat GD (diet and exercise versus pharmacological therapies: insulin, metformin and insulin+metformin). Results: In general, pharmacological therapies were associated to the risk for hydramnios (aOR 1.41), neonatal morbidity (aOR 1.14), neonatal hypoglycemia (aOR 1.41), neonatal hyperbilirubinemia (aOR 1.28) and large for gestational age (LGA) newborns (Fenton charts: aOR 1.62; Portuguese charts: aOR 1.27). On the other hand, they were associated with reduced risk for low birthweight (aOR 0.80) and small for gestational age (SGA) newborns (Fenton: aOR 0.79; Portuguese: aOR 0.86). The insulin group was associated with higher risk of Caesarean section (aOR 1.17), neonatal hypoglycaemia (aOR 1.51), neonatal hyperbilirubinemia (aOR 1.24) and LGA (Fenton: aOR 1.63; Portuguese: aOR 1.25). Regarding the metformin group, there was higher association with hydramnios (aOR 1.60) and trauma at delivery (aOR 1.76) and less for low birth weight (aOR 0.57) and SGA (Fenton: aOR 0.59; Portuguese: aOR 0.67). Finally, the metformin+insulin group exhibited more likelihood to maternal (aOR 1.27) and neonatal morbidity (aOR 1.46), like neonatal hypoglycaemia (aOR 1.74), hyperbilirubinemia (aOR 1.73), trauma at delivery (aOR 2.13), and LGA newborns (Fenton: aOR 1.89; Portuguese: aOR 1.58). Conclusions: The pharmacotherapy is associated with higher probability of complications and simultaneous administration of insulin and metformin was more likely associated with pregnancy and neonatal complications. However, patients that needed glycemic control with pharmacotherapy, presented pre-conception characteristics that could foresee imminent complications. Therefore, these complications may be the result of the presence of previous characteristics and a glycaemic profile that is difficult to control, rather than the use of insulin and/or metformin, per se.

Portuguese abstract

Introdução: Este estudo visa averiguar o impacto da terapêutica da DG quanto à ocorrência de complicações obstétricas e neonatais. Material e Métodos: Estudo coorte de uma população de grávidas DG seguidas em hospitais e maternidades portuguesas, diagnosticadas entre 2014-2018. Analisadas 15089 grávidas, divididas em grupos de terapêutica para controlo glicémico: dieta e exercício versus terapêutica farmacológica: insulina, metformina e metformina+insulina. Resultados: Essencialmente, o tratamento farmacológico foi associado a maior risco de hidrâmnios (aOR 1.41), morbilidade (aOR 1.14), hipoglicemia (aOR 1.41) e hiperbilirrubinemia neonatais (aOR 1.28), e nascituros grandes para idade gestacional (GIG) (curvas Fenton: aOR 1.62; curvas portuguesas: aOR 1.27). No entanto, este foi associado a menor risco de nascituros com baixo peso à nascença (aOR 0.80) e leves para idade gestacional (LIG) (Fenton: aOR 0.79; portuguesa: aOR 0.86). O subgrupo tratado com insulina associou-se a maior risco de cesariana (aOR 1.17), hipoglicemia (aOR 1.51) e hiperbilirrubinemia neonatais (aOR 1.24), e GIG (Fenton: aOR 1.63; portuguesa: aOR 1.25). Quanto ao grupo sob metformina demonstrou maior probabilidade de hidrâmnios (aOR 1.60) e trauma no parto (aOR 1.76) e menor risco de nascituros com baixo peso à nascença (aOR 0.57) e LIG (Fenton: aOR 0.59; portuguesa: aOR 0.67). O grupo com uso concomitante de metformina e insulina associou-se a maior risco de morbilidades materna (aOR 1.27) e neonatal (aOR 1.46), nomeadamente hipoglicemia (aOR 1.74) e hiperbilirrubinemia neonatais (aOR 1.73), trauma no parto (aOR 2.13), e GIG (Fenton: aOR 1.89; portuguesa: aOR 1.58). Conclusão: A co-utilização de insulina+metformina esteve associada a maior probabilidade de complicações. Contudo, doentes com necessidade de farmacoterapia para controlo glicémico, apresentavam características pré-concepção que predispunham a complicações obstétricas e neonatais. Portanto, estas complicações podem ser resultado da presença de características prévias e um perfil glicémico de difícil controlo, mais do que da utilização de insulina e/ou metformina, per se.


This browser does not support PDFs. Please download the PDF to view it: Download PDF.