Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo - Online first: 2024-07-26
Original article
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Metabolic control and cardiovascular risk in men and women with type 2 diabetes mellitus living in a low-income country
Abstract
Introduction: As data on cardiovascular risk and metabolic control by sex in multiethnic populations with type 2 diabetes mellitus living in low-income countries are scarce, this study aimed to evaluate these indicators in a sample of men and women with type 2 diabetes mellitus who use the Brazilian public health system.
Methods: This was a cross-sectional analysis of a national, multicenter, randomized clinical trial that included participants with type 2 diabetes mellitus aged >30 years. Sociodemographic, clinical, biochemical, anthropometric, and food intake data were collected. Logistic regression models adjusted for confounding factors were used to determine the association between metabolic control and sex.
Results: The study included 225 women and 146 men with a mean age of 60.6 ± 9.8 years and mean time since type 2 diabetes mellitus diagnosis of 11.48± 9.1 years. Men had a higher prevalence of a high cardiovascular risk than women (82.3% vs. 45.9%, p < 0.001). After adjusting for age and physical activity levels, men had a reduced chance of having low-density lipoprotein cholesterol and blood pressure levels within the normal range according to cardiovascular risk stratification (odds ratio [OR] 0.88, CI 95%: 0.82–0.95; p < 0.01 and OR 0.88, CI 95%: 0.79–0.97; p=0.01). Women were more likely to have increased waist circumference than men (OR 1.13, CI 95% 1.07–1.19; p < 0.01).
Conclusion: This study revealed a difference in cardiovascular risk and metabolic control between the sexes in a multiethnic population with type 2 diabetes mellitus.
Portuguese abstract
Introdução: Considerando que os dados referentes a risco cardiovascular e controle metabólico de acordo com o sexo em populações multiétnicas com diabetes mellitus tipo 2 residentes em países de baixa renda são escassos, este estudo teve como objetivo avaliar esses indicadores em uma amostra de homens e mulheres com diabetes mellitus tipo 2 usuários do sistema público de saúde brasileiro.
Métodos: Esta foi uma análise transversal com dados da linha de base de um ensaio clínico randomizado multicêntrico que incluiu participantes com diabetes mellitus tipo 2 e com idade >30 anos. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, bioquímicos, antropométricos e de consumo alimentar. Modelos de regressão logística ajustados para fatores de confusão foram utilizados para determinar a associação entre controle metabólico e sexo.
Resultados: O estudo incluiu 225 mulheres e 146 homens com idade média de 60,6 ± 9,8 anos e tempo médio desde o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 de 11,48 ± 9,1 anos. Os homens apresentaram maior prevalência de risco cardiovascular elevado em comparação às mulheres (82,3% vs. 45,9%, p < 0,001). Após ajuste para idade e níveis de atividade física, os homens tiveram uma chance reduzida de ter colesterol da lipoproteína de baixa densidade e níveis de pressão arterial dentro da faixa de normalidade de acordo com a estratificação de risco cardiovascular (odds ratio [OR] 0,88, IC 95%: 0,82–0,95; p < 0,01 e OR 0,88, IC 95%: 0,79–0,97; p=0,01). As mulheres foram mais propensas a ter circunferência da cintura aumentada do que os homens (OR 1,13, IC 95% 1,07–1,19; p < 0,01).
Conclusão: Este estudo revelou diferença no risco cardiovascular e no controle metabólico entre os sexos em uma população multiétnica com diabetes mellitus tipo 2.